Como os blogs de viagem podem ajudar o agente a vender mais?

Blogs de viagens são meios independentes por natureza. O diário com relatos cotidianos nasceu como uma conversa amiga com o leitor. Ao narrar suas descobertas o blogueiro comunga experiências reais e fornece dicas sensíveis de quem coleciona vivências legítimas sem a interferência comercial de ninguém.
Essa autonomia quebrou um paradigma na relação com o mercado. O turista paleolítico usava fax, carregava calhamaços de papel — guias, tíquetes e vouchers — e tinha a agência de viagem como a fonte de informação mais segura para o seu roteiro. Já o turista 2.0 nasceu emancipado. Ele encontrou na internet ferramentas (blogs e redes sociais, por exemplo) que ajudam na tomada decisão e que ampliam exponencialmente sua capacidade de compartilhar práticas e teorias.
A realidade foi estabelecida: o turista se tornou mais independente das agências e mais envolvidos com outros viajantes. Uma pesquisa feita pela ABBV – Associação Brasileira de Blogs de Viagem revela que 70% dos leitores utilizam os blogs de viagem como fonte de consulta para a escolha do destino das próximas férias. Esse mesmo estudo mostrou que as agências são a fonte menos utilizada. Apenas 12% dos internautas escolhem roteiros baseados em pacotes turísticos.
Dados como esse podem causar uma interpretação equivocada de que blogs de viagem e agências são incompatíveis ou que o primeiro pode prejudicar o trabalho do segundo. Mas a realidade empírica mostra que, muitas vezes, prestadores de serviço do trade precisam nada mais do que se adaptar à realidade do turista 2.0..
SOCIALIZAÇÃO
Sua agência é ativa nas redes sociais? Você oferece um espaço virtual para a socialização dos seus clientes? Os viajantes têm possibilidade de dividir as experiências (boas e ruins) sem qualquer tipo de censura? Se você respondeu “não” a qualquer uma dessas perguntas é bem provável que seu negócio esteja indo de mal a pior, não por causa dos blogs que incentivam as viagens independentes, mas porque você não entendeu que as redes são formadas por pessoas que produzem uma experiência coletiva e não mais individual.
CRIAÇÃO DE CONTEÚDOS
O que não está no Google não existe. O agente precisa criar conteúdo relevante para o turista. Sites puramente institucionais são arcaicos e afugentam viajantes ávidos por informação. As pessoas não querem mais ler propaganda sobre o que comprar, elas querem ter argumentos suficientes para saber como comprar. Publicidade não cria mais reputação. O valor da agência de viagem nasce quando ela escuta o turista e dá voz à experiência dele. Empresas com blogs próprios com informação indispensável desenvolvem um canal de confiança e credibilidade junto ao cliente.
EXPERIÊNCIA DE VIAGEM X PRODUTO TURÍSTICO
Turistas não buscam roteiros, mas experiências. Viajantes não são mais só clientes, são formadores de opinião. Ele influencia e é influenciado. Se o que a agência de viagem oferece é somente o produto turístico em si, o negócio acabará se perdendo no mar revolto que é o universo on-line. O turista tem necessidade de compartilhar suas férias — seja para fazer inveja aos amigos ou para dividir informação. Mais do que isso: ele quer contar uma experiência de vida que vai muito além da foto em frente à Torre Eiffel. Ao humanizar a empresa — pessoas falando com pessoas —, o agente conseguirá criar uma rede de soluções que será ampliada e replicada pelas redes.
É certo que cada vez que os blogs falam de um destino acabam ajudando a mobilizar, indiretamente, a compra de serviços turísticos. Essa movimentação virtual por si só já seria suficiente para alavancar os negócios do trade. Cabe às agências, portanto, não resistir às mudanças e promover a interação transparente e contínua com os viajantes.
Por Silvia Oliveira


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