Banda formada por mulheres se destacaram no Carnaval de Florianópolis

Foto de Alvaro Perazzoli
As jornalistas Adriana de Barros Machado e Mariza Carvalho, estiveram entrevistando o grupo Cores de Aidê em uma apresentação no Balneário de Jurerê Internacional, Florianópolis-SC.  Onde animaram e chamaram a atenção aos olhos e ouvidos pela beleza singular das mulheres do toque e do batuque em ritmo do samba reggae.

No mês onde se celebra e se homenageia a mulher, nada é mais genuíno que o som, ritmo e cores que define o grupo Cores de Aidê. Traços de uma mulher criativa, que agrega valores na miscigenação. Na arte do toque e do batuque, as vozes reprimidas pedem liberdade. O Carnaval de Santa Catarina ganhou som e ritmo mais político, mas não menos belo aos olhos e empolgante ao corpo, com o empoderamento feminino do bloco “Cores de Aidê”. A banda é formada por 11 mulheres e, o bloco, possui 150 integrantes do gênero feminino. Todas residem em Florianópolis, não necessariamente nativas, e vieram de diversas partes do mundo. São africanas, argentinas e brasileiras. O início se deu em fevereiro de 2015. No início, a ideia era executar ritmos do samba reggae, com letras de protesto. “Geralmente, elas não tocam instrumentos pesados, por isto, somos precursoras. Nosso objetivo é honrar o respeito e o direito pela liberdade, utilizando danças e composições”, afirma a cantora Cauane Maia. As letras são acompanhadas do batuque do surdo, repique, xereque e caixa. Trazem denúncias de opressões e exaltação ao feminino. “Não enquanto supremacia, mas reconhecendo sua importância e potencialidade”, reforça. A energia é contagiante. O retorno do público é imediato.“Muitas chegam para mim a cada final de apresentação e dizem: o que vocês tocam é o que eu realmente sou”, revela a artista. Plurais e fora dos padrões estéticos, as mulheres primam pela diversidade. Não é preciso ter instrumento ou saber tocar, ter o corpo ideal para a dança e idade específica. O bloco abriu para a entrada de integrantes em julho do ano passado. Em menos de três meses, já eram 90 mulheres. O grupo atua em eventos, intervenções artísticas na rua e, é, claro, durante o Carnaval. Os encontros são semanais e acontecem todos os sábados, das 9h às 12h, no morro Monte Serrat, em Florianópolis. “É um espaço democrático, de troca e de escuta. Conversamos com mulheres que não fazem parte do nosso cotidiano”, diz a cantora. É também um local de formação, sendo que várias integrantes acabam se conhecendo e trocando ideias nas universidades. O diálogo gira em torno, basicamente, de preconceitos. Impera a democracia, pois elas são de todas as classes, cores e religiões. “Porém, é bom deixar claro que a Cores de Aidê não vai a determinados locais e não levantamos determinados tipos de bandeira. Não estamos fazendo isto para ficarmos ricas, e sim, sermos ouvidas”, completa Cauane.
Veja nesta edição algumas fotos do grupo Cores de Aidê;




Texto das jornalistas, Adriana Machado e Mariza Carvalho
Fotos autorizadas por Cauane do Grupo Cores de Aidê

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