Turista de negócios não gosta da Copa do Mundo. Azar dos hotéis

Segundo Anita Pires, para 2015 haverá um aumento significativo nos eventos do País, destaca que esse ano igualmente, não ficará em branco.

A Copa do Mundo deve trazer ao Brasil 600 mil turistas entre junho e julho. Mas nem todo o mercado está em festa. Grandes redes de hotéis afirmam que o número de hóspedes de negócios deve diminuir este ano por causa do torneio.
Comparado com um torcedor que acompanha a seleção de futebol do seu país, o turista que viaja a negócios paga tarifas mais altas, fica mais tempo no hotel e movimenta mais serviços da cidade, como restaurantes, intérpretes, motoristas.
Uma das explicações é o fato de que boa parte das empresas concentra verbas de marketing em ações ligadas à Copa do Mundo. Outros fatores que ajudam a explicar o fenômeno, segundo empresários, é a falta de quartos disponíveis nas cidades-sede e o aumento no preço das passagens aéreas
O empresário Roberto Rotter, presidente do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) acredita que o mercado de turismo de negócios deve ficar estagnado este ano, enquanto teve taxas de crescimento de 13% e 14% nos últimos dois anos.
“O mercado está falando em um blecaute no turismo de negócios em São Paulo que deve durar de 70 a 90 dias perto da Copa”, afirma Rotter. “Por causa da Copa devem haver poucos eventos corporativos ao longo do ano.”
A redução no movimento de homens de negócios devem ser sentidas em todas as capitais, segundo Rotter. “Talvez só o Rio não passe por isso. A cidade tem uma dinâmica de turismo diferente e já está se preparando para as Olimpíadas.”
Diretor-geral do Hotel Grand Hyatt São Paulo, Thierry Guillot diz que já percebeu essa tendência. “Por enquanto é só uma preocupação que nós temos. Boa parte dos nossos hóspedes são empresários que estão fazendo negócios em São Paulo. Esse ano, talvez a principal fonte de renda seja mesmo a Copa.”
Enquanto os gerentes de hotel reclamam, representantes de agências de viagens especializadas no público corporativo comemoraram. O presidente da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), Edgar Bull, espera um crescimento acima de dois dígitos para o setor.
“Devemos ter menos eventos em junho e julho por causa da Copa, mas, em compensação, algumas reuniões estão sendo antecipadas. Em geral, quem trabalha com viagem corporativa percebe aumento no movimento após o carnaval. Este ano, o ritmo cresceu já na terceira semana do ano”, diz Bull.
Além disso, segundo Bull, muitas agências de viagens estão sendo procuradas para atender delegações durante a Copa do Mundo, já que têm experiência no trabalho.
A presidente da Abeoc Brasil (Associação Brasileira de Empresas de Eventos), Anita Pires, diz que alguns eventos, feiras e congressos que poderiam acontecer este ano foram deslocados para 2015. Mesmo assim, segundo ela, haverá muito movimento para o setor.
“O Brasil é o sétimo destino internacional de eventos. A Copa pode ser uma oportunidade para melhorar ainda mais isso”, opina Anita. “Mas temos que trabalhar uma imagem positiva do país, principalmente no exterior, para que isso aconteça.”
Em São Paulo, o mercado de feiras e eventos movimenta R$ 16,3 bilhões por ano, segundo dados do Observatório do Turismo, da SPTuris. A cidade realiza uma média de 800 eventos por ano, visitados por 3,8 milhões de turistas.


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